Teresa Cárdenas lança Awon Baba, que leva ancestralidade africana a histórias infantojuvenis
 



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Teresa Cárdenas lança Awon Baba, que leva ancestralidade africana a histórias infantojuvenis

Folha de S. Paulo


A escritora cubana Teresa Cárdenas, de 52 anos, começou a escrever para o público infantojuvenil porque, quando criança, nunca se via retratada nos livros. Nas obras que pegava na biblioteca ou recebia na escola, os pretos só apareciam, de maneira secundária, quando se falava do período colonial em Cuba e da escravidão. Não havia livros em que os protagonistas eram jovens negros.

Cárdenas alcançou reconhecimento mundial e conquistou importantes prêmios com livros como "Cartas para Minha Mãe", em que uma menina negra órfã precisa viver com a tia e primas que não gostam dela, é vítima de racismo, mas se fortalece ao escrever para a mãe morta e fazer novos amigos.

Agora, Cárdenas homenageia os awon baba, expressão em iorubá que significa os ancestrais, os que se foram, no livro de 12 contos que a editora Pallas lança no Brasil. A obra é protagonizada por crianças, adultos e idosos que vivem durante o período de escravidão em Cuba no século 18 e resgata as tradições dos ancestrais. São contos doloridos, com relatos de abuso sexual, maus tratos, violência.

Mesmo assim, Cárdenas insiste que sejam lidos por jovens, que não deveriam ser poupados dos "temas difíceis". "Cuba é um país profundamente miscigenado, onde a presença africana ajudou a formar a identidade nacional. Não entendia como era possível que apenas pessoas brancas aparecessem em livros, revistas e meios audiovisuais", disse Cárdenas.

"É uma batalha que ainda estou travando. Meu objetivo é que outras crianças negras não experimentem a exclusão que senti na minha infância."

Patrícia Campos Mello - Folha de São Paulo


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